Um dos maiores desafios paras as empresas no aspecto mercadológico é a diferenciação de produtos e serviços, característica essa que possibilita a criação e manutenção da competitividade em relação à concorrência, desafio esse que vem se tornando mais complexo a medida em que o avanço tecnológico facilita a transmissão de informação, amplia os níveis de exigência dos consumidores globais e torna o ambiente competitivo mais incerto e instável.
O licenciamento é definitivamente um dos caminhos que agregam valor e possibilitam a criação deste diferencial, gerando assim a exclusividade.
Quando tratamos de licenciamento relacionado ao público infantil, esta ferramenta se torna ainda mais eficaz, tendo em vista os vínculos emocionais que são estabelecidos entre o universo de personagens, produto e marca.
Existem vários tipos de licenciamento, os que advém de personagens e filmes, eventos ou times esportivos, moda, marcas corporativas entre outros.
Os gráficos a seguir apresentam a participação na receita, das principais propriedades disponíveis para licenciamento e a participação relativa das categorias que licenciam, respectivamente:
Da mesma forma que esta estratégia traz resultados positivos para as empresas que a adotam, objetivos claros e alguns cuidados devem ser implementados para que o licenciamento de produtos e serviços não gere impactos negativos tanto para a marca quanto para a companhia.
Para o melhor entendimento das vantagens e riscos existentes na utilização desta técnica mercadológica, precisamos definir os elementos que integram essa relação de licenciamento. Licenciador é o criador do conteúdo, neste caso iremos utilizar o universo de filmes e desenhos infantis, um exemplo clássico de licenciador é a Walt Disney Company. Já a parte que adquire a licença para utilização desta propriedade é o licenciado.
A identificação imediata do consumidor (criança ou adolescente) com a marca do licenciado, é uma vantagem que surge através da utilização de personagens de sucesso. Na visão dos consumidores o produto é parte da marca, consequentemente marcas que ofertam produtos que estampam propriedades vencedoras, passam a possuir esta mesma característica. Neste momento é que surge a exclusividade e a diferenciação, gerando um maior desembolso por parte dos compradores (muitas vezes os pais).
Os riscos para o licenciado são vários, o não retorno do capital investido para o pagamento das garantias mínimas exigidas pelo licenciador, é um deles. Não é somente a aquisição dos direitos de utilização de personagens e filmes que irão garantir um aumento de receita, é preciso que certos passos e critérios sejam seguidos; definição de objetivos, identificação do público que possui maior ligação à propriedade, implementação de uma comunicação eficiente são algumas etapas que se alcançadas de forma correta, eliminam muitos riscos de um fracasso ao licenciar.
Portanto, o licenciamento pode ser uma saída inteligente se utilizado de forma correta, a fim de obter crescimento e estabelecimento de marca, em um cenário de tamanha competitividade e inovação desenfreada.
Referências
Bruna Tostes Malta de Oliveira, Licenciamento de produtos: o poder da marca na construção de valor agregado e diferencial competitivo e sua influência sobre o consumidor infantil, 2005.