Ah tempos! Tempos de contradição – de um lado retrocessos das garantias sociais conquistadas ao longo da história, de outro, um aumento significante das precarizações da vida social, que arrebate assustadoramente a vida da classe trabalhadora, indicando a severidade da questão social.
Isto tem uma implicância significante na atuação do Assistente Social, já que seu compromisso ético político está intrínseco à garantia dos direitos sociais e exige um posicionamento intransigente, isto mesmo, INTRANSIGENTE!
Ser intransigente significa não aceitar “qualquer coisa”, “desculpas infundadas”, “nãos”, posicionamentos conservadores e ofertas mínimas. Ser intransigente é ser intolerante, inflexível, inquietante diante das negações advindas dos concessores de direitos. Ser intransigente é ser rígido aos princípios éticos da justiça social. Não abrir mãos ao que defendemos enquanto coletivo profissional.
Ao se posicionar a favor da luta da classe dos trabalhadores e a qualificação da vida social, os Assistentes Sociais assumem um posicionamento intransigente, critico e questionador contra qualquer forma de impedimento de acesso e efetivação dos direitos.
Que direitos? Para além dos contidos no artigo 6º da Constituição Federal, todos aqueles que são essenciais e básicos para uma vida digna, os compatíveis com o desenvolvimento humano em todos os ciclos da vida. Para isto, a atitude profissional deve vir ao encontro da proteção compatível com as necessidades humanas básicas, sem que o mínimo prevaleça, pois o mínimo nada muda, nada contribui, nada transforma.
Várias são as formas de enfrentamento às recusas do acesso aos direitos sociais, citamos algumas – mobilizar o público que acessam as políticas sociais a fim de compreenderem o lugar que ocupam na sociedade atual; articular com os outros profissionais, que corroboram com a justiça social e almejam a transformação da vida social; manifestar-se nos encontros com outros profissionais a fim de disseminar a conjuntura do acesso a direitos sociais e formar frentes de ação; mobilizar por meio de debates que trazem a tona a desproteção manifestada na vida social e promovido pelo Estado; ter um posicionamento contra qualquer forma de culpabilização ou subalternização dos diversos sujeitos e empoderá-lo para esse enfrentamento.
É tempo de resistência e de luta. E tempo de falar, de gritar e de coletivizar nossas forças e nossa criatividade diante da barbárie da vida social.
Somos capazes e resistentes! Vamos fazer Serviço Social?